E porque não tem nada a ver com tabelinha!
Você já ouviu falar nos métodos de percepção de fertilidade?
Métodos de percepção de fertilidade consistem em métodos naturais sistematizados e com comprovação científica que permitem que a mulher evite ou alcance uma gestação, bem como monitore sua saúde. Isso é feito por meio da observação, registro e interpretação dos chamados biomarcadores.
Educando-se sobre seus ciclos a mulher se coloca como protagonista na conquista de seus objetivos em relação à saúde e reprodução. O processo de aprendizagem dos métodos está fundamentado na anatomia, fisiologia do corpo feminino e fatores que influenciam no seu funcionamento, permitindo inclusive identificar quando algo está se desviando da fisiologia (você não precisa entender tudo sobre isso para começar a aprender um método de percepção, você vai aprender junto com o método). Por esse motivo a prática desses métodos vai além da contracepção ou concepção, essa também é uma ferramenta de autoconhecimento que tem um olhar sobre a saúde global. Um ciclo saudável é reflexo de uma saúde hormonal saudável, que está associada à saúde global do corpo (tanto que o ciclo menstrual tem sido considerado o 5º sinal vital por profissionais que tem uma visão de saúde mais ampla).
Os principais marcadores biológicos utilizados pelos métodos de percepção de fertilidade são:
- Muco cervical
- Temperatura basal
- Colo do útero
- Testes de LH.
Não necessariamente são utilizados todos! Quais deles são aplicados depende do método em questão (existem vários!). Num próximo post vou explicar sobre cada um deles.
Não é tabelinha!
Quando se fala em percepção de fertilidade é comum as pessoas acharem que se trata de tabelinha, como se fossem a mesma coisa. A verdade é que não existem muitas semelhanças entre percepção da fertilidade e tabelinha, exceto a de que são métodos naturais. Então vamos entender o que é cada um.
Tabelinha (ou método rítmico), de modo geral, consiste em determinar a próxima ovulação fazendo cálculos a partir da duração dos ciclos mais longos e mais curtos dentre os últimos 6-12 ciclos. Na prática o que vemos de pessoas que dizem "fazer tabelinha" é a consideração de que a ovulação acontece no meio do ciclo (o que está bem longe de ser verdade). Outra coisa ainda mais frequente é uma confiança cega nas datas que os apps de acompanhamento de ciclo indicam como sendo férteis ou não. Esses apps fazem um cálculo que na real a gente nem sabe direito qual é, sem levar em consideração nenhum dos fatores que influenciam de fato no ciclo ovulatório.
A verdade é que nenhum aplicativo consegue prever nada. Quantas vezes o seu app errou a data da sua menstruação e você ficou preocupada achando que estava grávida? Pode dizer a verdade, não foram poucas né?
Então como calcular a fase fértil? Vou te dar uma resposta que certamente você não gostaria de ouvir: não é possível calcular nem prever o período fértil.
O que os métodos de percepção da fertilidade fazem então? Em primeiro lugar percepção da fertilidade não se baseia em ciclos passados e sim no ciclo atual, mais precisamente no dia atual. Eles baseiam-se em monitorar, fazer observação, registro e interpretação SISTEMATIZADOS dos biomarcadores da fertilidade que seu corpo está sinalizando dia após dia, sem previsões.
Essa interpretação é feita com base nas regras de cada método, que não devem NUNCA ser misturados entre si. É necessário seguir as regras do método, não apenas observar intuitivamente e fazer suposições. As regras foram desenvolvidas a partir de estudos sérios acerca da anatomia e fisiologia do corpo feminino e a interpretação dos registros é feita analisando o gráfico como um todo (progressão/regressão de muco, subida/queda da temperatura basal, por ex.) nunca por observações isoladas.
Ficou clara a diferença? Você tem interesse em aprender a identificar esses sinais de fertilidade e saúde que seu corpo fornece?